sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Documentário catarinense faz parte de evento em Paris

Sem perder a ternura” é exibido em evento da Unesco

Por Fabiane De Carli Tedesco


O documentário “Sem Perder a Ternura”, protagonizado por um estudante do Campus Chapecó da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS),é exibido hoje, dia 18 de dezembro,noevento Dialogues onEducation,da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em Paris, França.Dionatan Luis Plens da Luz é acadêmico do Curso de Ciências Sociais.

Segundo a assessoria de imprensa da UFFS, o documentário retrata a história de Dionatan e de sua família. Ele nasceu em um acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na zona rural de Abelardo Luz (SC), e sempre estudou em escolas com a pedagogia do MST. Em 2009, a escola Semente da Conquista, do assentamento 25 de Maio, da cidade de Abelardo Luz, onde Dionatan estudava, ficou em primeiro lugar no Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM), entre as demais escolas do município.

O acontecimento causou espanto na população que criticava a escola. A produtora Plural Filmes, de Florianópolis, sabendo do prêmio conquistado por uma escola com a pedagogia do MST, elaborou um projeto, conseguiu os recursos e produziu o filme.A experiência cotidiana de um jovem militante do MST, que aos 17 anos deixa o interior, seus pais, seus amigos e o lugar que sempre gostou de morar para estudar em uma universidade federal localizada no município de Chapecó, também é retratada pelo filme.O documentário “Sem Perder a Ternura” foi contemplado no Prêmio de Realização Audiovisual da Fundação Catarinense de Cultura (FCC).

Para Dionatan, o filme é um exemplo de superação e retrata uma comunidade pobre e discriminada. “Não é apenas uma realização pessoal: é uma realização coletiva. O MST é um movimento marginalizado, sendo que a escola na qual eu estudava era tida como a que tinha as piores notas. Quando alcançamos o primeiro lugar no ENEM, o fato foi encoberto”, fala. Ele acredita que o documentário é uma forma de dizer que as raízes não devem ser perdidas. “As minhas raízes estão lá, foi lá que interagi pela primeira vez com a sociedade.No assentamento vivem a minha família e a minha cultura.”



Um dos planos de Dionatan é voltar para o assentamento e ser professor. Ele quer fomentar a educação naquele local, para que os jovens não precisem sair de lá para estudar. “Vivemos na ótica do mercado. O Sistema Capitalista só vê o dinheiro, que é colocado acima da vida humana. Não perder a ternura é não perder as raízes. É voltar sem menosprezo para a sua origem.”



Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás!” Che Guevara


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